O presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto (foto, ao centro), prevê um “efeito bumerangue” das ações contra Jair Bolsonaro na Justiça. Em entrevista à Folha, o dirigente partidário disse que “isso vai se voltar contra o Poder Judiciário”.
Valdemar classificou como “brincadeiras” decisões do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) contra o ex-presidente, que foi declarado inelegível por oito anos em junho. “O que o Judiciário fez com ele, não tem como ficar bem. É só uma pessoa que é cega que não enxerga. Passaram dos limites essa brincadeiras. Dar multa de R$ 22,9 milhões. Essas brincadeiras… Marcar a data do julgamento no dia 22. Isso vai ter troco porque é a vida”, criticou o presidente do PL.
Valdemar se refere às coincidências entre as decisões do TSE e o número do PL, 22. Segundo ele, essas escolhas soam como provocação e enervam os apoiadores do ex-presidente. “Isso, o cara do PL, da direita, que fez isso com ele lá na Itália [Valdemar se refere à agressão contra a família de Alexandre de Moraes na Itália], acompanha. Esse é o problema. Não somos nós que fazemos campanha contra ele. Ele [seguidor de Bolsonaro] vê um negócio desse e não se conforma”, criticou.
O único erro que ele admite que Bolsonaro cometeu foi o de comunicação ao longo da pandemia de Covid-19. “O negócio das joias é um exagero, porque era um presente pessoal. Eu não tenho dúvida. Igual a todos os presidentes que passaram, é que ninguém nunca mexeu com o assunto. Eles querem matar o Bolsonaro”, disse.
O dirigente diz que não está preocupado com a delação premiada de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro. Valdemar também dizia não acreditar, contudo, que o TSE decidiria pela inelegibilidade de Bolsonaro.
Apesar de tudo isso, o presidente do PL disse, em entrevista publicada ontem por O Globo, que Bolsonaro segue como forte cabo eleitoral para as eleições municipais do ano que vem.
Estadão