Em um início de mandato marcado por tensões políticas e desentendimentos, a Paraíba já registra quatro rompimentos entre prefeitos e seus respectivos vices em menos de dois meses de gestão. As disputas internas têm sido intensas, com acusações de falta de diálogo, interesses pessoais e até mesmo renúncias, o que reflete o quanto a sede pelo poder tem afetado as alianças políticas no estado.
O primeiro grande caso foi em Itatuba, onde a vice-prefeita Cristina Lacerda (União) anunciou sua renúncia após apenas 20 dias de mandato, alegando exclusão nas decisões de governo. Em uma nota divulgada nas redes sociais, Lacerda explicou que não aceitava receber um salário de R$ 10 mil sem poder contribuir efetivamente para a administração. A ex-vice-prefeita destacou a falta de participação nas escolhas de secretários e na condução de ações importantes para o município. “Essa exclusão revela uma falta de alinhamento com os valores que defendi”, afirmou.
Outro caso de rompimento ocorreu em Curral de Cima, onde o vice-prefeito João Ribeiro (União Brasil) se desentendeu com o prefeito Adjamir Souza (PSB) em menos de um mês de mandato. O clima tenso começou com a exoneração de pessoas próximas a João Ribeiro, o que gerou insatisfação e culminou em um afastamento político. As críticas vieram principalmente pela falta de cumprimento de acordos feitos durante a campanha, como a promessa de incluir aliados do vice na administração municipal. O racha político gerou desaprovação por parte de moradores da cidade, que acompanhavam as discussões nos bastidores.
Em Itapororoca, o rompimento entre o prefeito Batista Torres (União Brasil) e a ex-prefeita Elissandra Brito (União Brasil) virou um verdadeiro impasse. O que parecia ser uma parceria política de conveniência se transformou em um confronto de acusações, com a ex-prefeita alegando ter deixado as finanças do município em ordem e o novo governo alegando o contrário. A disputa envolveu contadores e políticos, e a troca de acusações foi parar na Câmara de Vereadores. Elissandra, em meio ao caos, fez duras críticas nas redes sociais, acusando traição e ingratidão por parte de aliados que antes eram seus defensores.
Ainda há rumores de que a prefeita de Mari, Lucinha da Saúde, e o ex-prefeito Antônio Gomes estão à beira de um rompimento. De acordo com bastidores, a prefeita cortou algumas regalias de Antônio, o que teria levado o ex-prefeito a articulações para enfraquecer sua sucessora. A crise política se intensificou após a rejeição do projeto de criação da Secretaria da Mulher, uma iniciativa de Lucinha, na Câmara de Vereadores, onde aliados de Antônio dominaram a votação. Embora não tenha se manifestado de forma definitiva, especula-se que o racha seja uma questão de tempo.
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