O Ministério Público de Pernambuco (MPPE) pediu, nesta segunda-feira (25), o arquivamento parcial da investigação vinculada à Operação Integration – que investiga lavagem de dinheiro de jogos ilegais e resultou na prisão da influenciadora Deolane Bezerra e no indiciamento do cantor Gusttavo Lima. Para o órgão, a regulamentação das apostas esportivas online afasta a existência do crime de lavagem de dinheiro através das bets.
O pedido de arquivamento é parcial porque o MP recomendou que a investigação continue apurando os crimes de lavagem de dinheiro proveniente de jogo do bicho. Os investigadores encontraram indícios de que a empresa Esportes da Sorte, de Darwin Henrique da Silva Filho, misturava dinheiro da banca de jogo do bicho Caminho da Sorte, de Darwin Henrique da Silva, pai de Darwin Filho, com valores da casa de apostas online.
O Ministério Público, que anteriormente havia pedido que a investigação relativa aos donos da “Vai de Bet” seguisse para a Paraíba, onde fica a sede da empresa, desta vez solicitou o arquivamento da investigação relativa à bet paraibana.
A manifestação do MPPE, assinada pela promotora Mariana Pessoa de Melo Vila Nova, obedece a uma determinação da Justiça. Na quarta-feira (20), a juíza Andréa Calado da Cruz, da 12ª Vara Criminal do Recife, estipulou um prazo de cinco dias para que o órgão oferecesse denúncia, arquivasse o caso ou pedisse novas diligências dentro da Operação Integration.
O novo documento do Ministério Público reforçou posicionamentos anteriores já sustentados pelo MP, entre eles o arquivamento da investigação sobre a compra e venda de uma aeronave do cantor Gusttavo Lima para empresas “Esportes da Sorte” e “Vai de Bet” por falta de provas de ocultação de valores.
Vai de Bet
Segundo o MP, não há correlação entre os valores da “Esportes da Sorte”, que segue investigada por lavar dinheiro proveniente de jogo do bicho, e da empresa “Vai de Bet”. O único elo entre as empresas apurado até o momento seria a aeronave vendida por Gusttavo Lima ao dono da “Esportes da Sorte” e posteriormente à “Vai de Bet”.
A promotora Mariana Pessoa apontou, ainda, que o Ministério Público aguarda a quebra dos sigilos bancário e fiscal da empresa Zelu Brasil Facilitadora de Pagamentos, que, segundo o inquérito, é intermediadora de pagamentos da Esportes da Sorte e da Vai de Bet.
“A materialização dos indícios dessa mescla e, consequentemente, dos crimes de lavagem de dinheiro e associação criminosa dela decorrente, depende do resultado das quebras dos sigilos bancário e fiscal da Zelu Brasil Facilitadora de Pagamentos e de outras empresas e investigados, em relação aos quais o Ministério Público requisitou a realização dessa diligência”, diz o texto do MPPE.
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