O mundo inteiro tem assistido com apreensão a guerra entre Hamas e Israel, que já fez mais de quatro mil vítimas. Entre os setores que pode vir a sofrer com o conflito é a economia. Dentro dessa perspectiva, um alvo fácil de ser abalado é o valor dos combustíveis. Por isso, a pergunta que tem sido feita com frequência é: a guerra afetará os preços do diesel e gasolina no Brasil? A Paraíba pode ser afetada, caso isso ocorra?
O presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo no Estado (Sindipetro-PB), Omar Hamad, dá uma tranquilizada. Segundo ele, “até o momento não há nenhuma perspectiva” de isso acontecer. Qualquer coisa que seja dita sobre o tema, neste momento, conforme Omar, “seria apenas especulação”.
A mídia nacional também tem ouvido muitos especialistas para verificar até que ponto podemos ser afetados por esse guerra. Todos estão de olho no Irã – um grande produtor de petróleo. Reportagem do Wall Street Journal informa que o país teria participado da organização dos ataques em Israel ao lado do Hamas. Porém, até o momento, o Irã tem negado participação na operação do grupo terrorista.
Em entrevista à Revista Exame na semana passada, o economista e doutor em Relações Internacionais na Universidade de Lisboa, Igor Lucena, explica que a entrada do Irã no conflito, somada a outros fatores como a diminuição da produção da commodity e a guerra na Ucrânia, pode resultar em um aumento do preço do barril do petróleo para mais de US$ 90. “Não há dúvida de que existem fatores geoeconômicos e macropolíticos que podem pressionar o preço do barril do petróleo”, disse.
Quem não foi muito animador nas palavras foi o economista-chefe do Fundo Monetário Internacional (FMI), Pierre-Olivier Gourinchas, durante entrevista coletiva realizada também na semana passada. Ele confirmou que, caso a guerra se prolongue, o preço do petróleo pode se elevar.
Segundo cálculos de Gourinchas, um aumento de 10% nos preços do petróleo reduziria o crescimento do PIB mundial em 0,15% e elevaria a inflação global em 0,4%. Desde o início do conflito, no sábado (09), o preço do barril subiu 4%.
“Vimos isso em crises e conflitos anteriores. E, claro, isso reflete o potencial risco de que possa haver perturbação na produção no ou no transporte de petróleo na região”, disse ele durante a coletiva.
ClickPB