Para socorrer o estado do Rio Grande do Sul, em situação de calamidade pública desde a última quarta-feira, o governo federal decidiu montar um escritório de monitoramento e apoio em Porto Alegre. A força-tarefa, que envolverá 17 ministérios, tem como objetivo agilizar as ações de socorro ao estado, que registra a maior sucessão de temporais e inundações de sua história. Os ministros da Secretaria de Comunicação Social, Paulo Pimenta, e o da Integração e do Desenvolvimento Regional, Waldez Góes, já chegaram à capital gaúcha neste sábado, 4. O escritório que concentrará as informações sobre as ações de apoio federal ao estado entra em operação na segunda-feira.
Entre as medidas imediatas, o governo federal anunciou a liberação de 600 milhões de reais para socorro às vítimas e recuperação dos estragos provocados pelas fortes chuvas. Até agora há pelo menos 24.666 desalojados, num total de 377.496 pessoas afetadas em 281 municípios gaúchos pelos temporais. Em suas redes sociais, o ministro da Secretaria de Comunicação Social enumerou uma série de medidas emergenciais que serão adotadas. Entre elas estão a liberação de 55 milhões de reais para contenção de encostas e 8,4 milhões de reais para compra de 52 000 cestas de alimentos.
Ao falar sobre a situação de calamidade no Sul do país, Paulo Pimenta ressaltou: “Não vamos parar até que seja restabelecida a normalidade. Estaremos junto ao trabalho de resgate e o apoio às pessoas que estão em abrigos. Essa é a prioridade do Governo Federal”. O ministro ainda acrescentou que o governo está atuando em várias frentes ao mesmo tempo. “Mas, neste momento, a centralidade do nosso trabalho envolve resgate de vítimas, resgate de pessoas isoladas e a desobstrução de rodovias, para restabelecer minimamente o fluxo de funcionamento e o trabalho de apoio às pessoas desalojadas”, completou.
As Forças Armadas, de acordo com o governo, já estão na região com quase mil homens trabalhando no resgate e apoio às vítimas. As equipes se dividem, sobretudo, em 25 municípios, onde estão sendo empregadas nove aeronaves, 98 botes e 81 viaturas. Para auxiliar no socorro às vítimas dos temporais, há ainda a previsão de instalação de um hospital de campanha em Lajeado, um dos municípios mais atingidos. Equipes, com o apoio federal, também estão concentradas na reconstrução de rodovias.
A decisão de montar um escritório de monitoramento em Porto Alegre foi foi tomada durante a segunda reunião da “Sala de Situação”, instalada nesta quinta-feira (2), no Palácio do Planalto, em Brasília, após o retorno da comitiva presidencial que visitou ontem a cidade de Santa Maria (RS) para reuniões com o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, além de prefeitos do estado. Uma nova reunião da equipe federal na capital está marcada para este sábado (4) às 14h. “Uma das decisões é a ida do ministro Waldez, da integração, do ministro Pimenta (Secom) e de alguns outros órgãos para instalar, já amanhã, um escritório presencial lá no Rio Grande do Sul. A gente vai começar a organizar uma ação que, esperamos, entre numa nova fase, com a diminuição das chuvas e o recuo das águas, o que deve ocorrer a partir de segunda-feira”, afirmou o ministro-chefe da Casa Civil, Rui Costa.
De acordo com o governo, a “Sala de Situação” em Brasília estará mobilizada durante os próximos dias para seguir com o avanço dos trabalhos e traçar novas estratégias de apoio ao estado. A força-tarefa federal de socorro ao Rio Grande do Sul engloba a participação de 17 ministérios, além de órgãos como Polícia Rodoviária Federal (PRF), Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) e Forças Armadas. A situação de calamidade no estado também fez com que o governo decidisse adiar o “Enem dos concurso”, que aconteceria neste domingo, 5.