Parlamentares da base governista iniciaram um movimento de pressão para que o passaporte de Jair Bolsonaro (PL) seja apreendido nos próximos dias. Em pedidos e ofícios encaminhados ao Supremo Tribunal Federal (STF) e à Polícia Federal (PF), deputados e senadores alegam a necessidade de se proibir a saída do ex-presidente do país durante investigações em curso.
Bolsonaro é alvo da investigação conduzida pela PF sobre um suposto esquema de venda ilegal de presentes oficiais. Além disso, ele teve o nome citado por Walter Delgatti durante depoimento à a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de Janeiro por supostamente promover ações para colocar em cheque a credibilidade das urnas eletrônicas.
Em requerimento protocolado na Suprema Corte na última sexta-feira (18), os deputados federais Henrique Vieira (PSOL-RJ) e Erika Hilton (PSOL-SP), ambos integrantes da CPMI, justificam a retenção do documento para evitar “prejudicar os processos de investigação ou comprometer a integridade das evidências”. A solicitação foi encaminhada ao ministro do STF Alexandre de Moraes.
No mesmo dia, o ministro recebeu notícia-crime com pedido semelhante do senador Rogério Carvalho (PT-SE). Além de mencionar o depoimento de Delgatti, o parlamentar aponta a existência de contas bancárias no exterior em nome do ex-presidente, além de um suposto esquema de desvio presentes presidenciais que deveriam compor o acervo da União.
A medida ainda conta com o apoio dos deputados Rogério Correia (PT-MG) e Jandira Feghali (PCdoB-RJ), que encaminharam também à PF ofícios com a solicitação. Os parlamentares devem apresentar, ainda, um requerimento com pedido semelhante à CPMI.