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Conselho de Ética da Câmara vota cassação de Chiquinho Brazão

O Conselho de Ética da Câmara dos Deputados vota, nesta quarta feira, 28, a cassação do deputado federal Chiquinho Brazão, um dos acusados pela morte de Marielle Franco, em 2018. Preso desde março deste ano, o parlamentar do Rio, atualmente sem partido, nega envolvimento no caso e já afirmou, em depoimento ao colegiado, que é vítima de uma conspiração. À frente da pauta, a deputada Jack Rocha (PT-ES) apresentou nesta manhã seu relatório final, que pede que Brazão seja cassado. 

O colegiado é formado por 21 parlamentares, que votarão em seguida pelo futuro de Chiquinho Brazão. A decisão do Conselho de Ética, contudo, tem caráter apenas de recomendação — ou seja, mesmo que a maioria desses deputados decidam pela cassação, será necessária nova votação em plenário sobre o assunto.

Na época do crime, Chiquinho Brazão exercia mandato de vereador do Rio. Além dele, também estão presos acusados pelo assassinato seu irmão, o conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio Domingos Brazão, e o delegado da Polícia Civil Rivaldo Barbosa, após ordens do ministro do Supremo Alexandre de Moraes. Antes, já havia sido detido Ronnie Lessa, apontado como o executor do crime e autor da delação que levou à prisão dos irmãos Brazão.

O processo ao qual Chiquinho responde foi impetrado pelo PSOL, partido de Marielle quando exercia seu mandato de vereadora, em 2018. Além dela, também foi morto no crime seu motorista, Anderson Gomes. Em seu voto, a deputada Jack Rocha afirmou que a investigação da Polícia Federal e as informações colhidas pelos parlamentares apontam “irregularidades graves” cometidas por ele, incompatíveis com o decoro parlamentar. 

Em julho, quando prestou depoimento ao Conselho de Ética, Chiquinho disse ser vítima, ao lado do irmão, de acusação de um réu confesso para obter benefícios. “Não sabemos nem por quê, ele está provavelmente protegendo alguém”, disse. Domingos, por sua vez, acusou na ocasião agentes das polícias Civil e Federal de receberem “vantagens de um certo indivíduo, do ex-vereador Marcello Siciliano, para me incriminar”. 

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