O presidente Lula (foto) voltou a comentar sobre o pedido de anistia defendido pelo ex-presidente Jair Bolsonaro. Durante sua última agenda na Ásia, neste sábado, 29, o petista afirmou:
“É impressionante que os advogados do cidadão que pede anistia não digam a ele que, primeiro, ele precisa ser absolvido. Se for absolvido, não há necessidade de anistia. Mas eles já o tratam como se ele fosse culpado.“
E acrescentou: “Ele não está querendo nem se defender porque sabe, no subconsciente dele, que fez todas as bobagens de que está sendo acusado”.
Lula disse ainda que a anistia não é um tema relevante para ninguém, exceto para quem se considera culpado. Ele negou que tenha discutido o tema com o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos), e o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil), que o acompanham na viagem.
“Você acha que eu convidaria os presidentes da Câmara e do Senado para discutir, a 11 mil metros de altura, algo que posso tratar em terra, na minha casa, na casa deles, no Senado ou na presidência da República?”, questionou.
A declaração foi feita durante conversa com jornalistas ao final do Seminário Empresarial Brasil-Vietnã.
Motta afasta votação de PL da Anistia
O presidente da Câmara, Hugo Motta, sinalizou a parlamentares durante a viagem que ele fez ao Japão ao lado de Lula que não pretende colocar em pauta a urgência do PL da Anistia aos réus dos atos de 8 de janeiro.
Aliados de Motta afirmaram ao portal que, na visão do presidente da Câmara, essa matéria – ao menos neste momento – não é consensual, nem seria capaz de trazer votos a parlamentares do Centrão.
Outro ponto que irritou aliados de Motta foi como o ex-presidente tentou pressionar parlamentares para que a pauta avançasse na Câmara. Durante os atos ocorridos em março, Bolsonaro citou, por exemplo, o PSD como partido que teria endossado o texto. No entanto, esse assunto sofre resistência em pelo menos metade da bancada.
As lideranças do PL ainda pretendem conversar com Hugo Motta, em 1º de abril, para discutir a tramitação do texto. O partido de Jair Bolsonaro entrou em obstrução nesta semana para pressionar Motta a pautar a urgência da matéria.
Com O antagonista