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Bolsonaro sobre delação de Cid: “Ele é decente, não vai inventar nada”

Uma semana após a divulgação de mensagens trocadas entre o tenente-coronel Mauro Cid e o Fábio Wajngarten, em que Cid diz que estaria “sendo arrastado para a lama”, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) se manifestou sobre o ex-ajudante de ordens e procurou demonstrar não estar preocupado com o que possa vir à tona com sua delação premiada à Polícia Federal (PF). “O Cid é uma pessoa decente. É bom caráter. Ele não vai inventar nada, até porque o que ele falar, vai ter que comprovar.”, afirmou.

Em entrevista à coluna de Mônica Bérgamo, da Folha de S.Paulo, Bolsonaro também negou que tenha participado de uma tentativa de golpe no Brasil: “Desde que assumi, fui constantemente acusado de querer dar um golpe, tendo em vista a formação do meu ministério e as minhas posições como parlamentar [de apoio ao golpe de 1964]. Mas vocês não acham uma só situação minha agindo fora das quatro linhas da Constituição. Nenhuma. Não seria depois do segundo turnoque eu iria fazer isso. Muito menos no 8/1. Eu já não era mais nada, estava fora do Brasil”.

“Há uma intenção de nos ligar ao 8/1 de qualquer forma. E o Cid não tem o que falar no tocante a isso porque não existe ligação nossa com o 8/1”, ressaltou o ex-presidente.

Bolsonaro ainda negou a participação de Mauro Cid em decisões políticas de seu governo e ressaltou que sempre o viu com muito carinho, tratando-o como um filho. “Sempre o tratei como um filho meu. Eu sinto tristeza com o que está acontecendo, né? Eu não queria que ele estivesse nessa situação. Ele é investigado desde 2021”, afirmou.

O ex-presidente também destacou que pretende dar um abraço no tenente-coronel, que recentemente conseguiu liberdade provisória,”E agora, nos meus dias de reflexão, eu me coloco no lugar do Cid. E eu tenho um pensamento sobre ele: eu pretendo –e brevemente, se Deus quiser– dar um abraço nele. É só isso que eu posso falar”.

Afastado:

Mauro Cid está afastado de suas funções no Exército. Contudo, mantém seu salário de R$ 27 mil, conforme previsto em lei. O tenente-coronel está vinculado a três investigações principais, analisadas pela PF: fraude em cartão de vacina da família Bolsonaro, desvio de presentes valiosos em suposto esquema que envolve o ex-presidente, e a articulação para tentar um golpe contra o estado democrático após a derrota de Bolsonaro contra o presidente Lula nas eleições de 2022.

Metrópoles

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