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Agora no PSD, Pedro admite dois candidatos da oposição em 2026: “Não é algo impossível”

Novo presidente do PSD da Paraíba, o ex-deputado federal Pedro Cunha Lima admitiu, na noite desta quarta-feira (12), em entrevista, a possibilidade do campo oposicionista lançar mais de uma candidatura à sucessão estadual em 2026.

Apesar de defender a manutenção da “unidade” do grupo da oposição (incluindo o União Brasil do senador Efraim Filho), Cunha Lima tratou como “natural” a estratégia de mais de um candidato ao governo contra o projeto liderado pelo governador João Azevêdo (PSB), como aconteceu em 2022.

“Desde o final da eleição de 2022, a nossa prioridade tem sido manter a unidade no campo da oposição para, em 2026, apresentarmos uma alternativa forte para o Estado. A nossa prioridade é a unidade da oposição já no primeiro turno. Mas, não vejo como algo impossível ter mais de uma candidatura no campo da oposição, é até algo natural. Porém, o objetivo é manter a coesão no bloco oposicionista. Teremos tempo para discutir isso”, explicou.

Hora H: Como você vê essa nova etapa na sua trajetória política? Como começou esse movimento que culminou na sua ida para o partido?

Pedro Cunha Lima: Boa noite, essa construção começou no final do ano passado, quando o PSDB abriu uma conversa com o PSD, dentro de uma possível junção partidária. O PSDB seguiu por outro caminho internamente, mas a conversa com o presidente Kassab seguiu em aberto. Recentemente, a filiação da governadora Raquel, de Paulo Hartung e outros nomes ao PSD ajudou a consolidar essa decisão. A conversa foi discreta, justamente para não prejudicar a disputa da senadora Daniela na mesa diretora do Senado. Agora, começa a ser dada sequência a essa trajetória. Fico muito honrado com o convite do PSD e com a confiança depositada em mim. Na próxima semana, vou a Brasília para me reunir com integrantes do PSDB e atualizar todos sobre os movimentos em andamento.

Hora H: Deputado, nas articulações junto ao PSD, foi discutido algo em relação às candidaturas proporcionais? Como o partido estará posicionado nas disputas para a Câmara Federal, Assembleia Legislativa, Senado e Governo do Estado?

Pedro Cunha Lima: Esse processo ainda está muito no início. Como mencionei, semana que vem estarei em Brasília para conversar com o PSDB e dar os próximos passos. No momento, nossa prioridade é a disputa pelo governo do Estado, mantendo a mesma linha de 2022. Não podemos aceitar que ainda, antes do Carnaval, o governo tenha promovido mudanças de professores na Escola Estadual de Areial, como uma moeda política. Não podemos tolerar que o policial paraibano tenha o pior salário do país. Temos muitos desafios pela frente. Antes de discutir nomes proporcionais ou a chapa majoritária, queremos reforçar as ideias que defendemos.

Hora H: Deputado, após essa articulação, seu nome pode voltar a ser cogitado com mais força para a disputa pelo governo da Paraíba. No entanto, o senador Efraim Filho, do União Brasil, também coloca seu nome nessa disputa. Existe a possibilidade de o campo da oposição ter duas candidaturas no primeiro turno, como ocorreu em 2022, e uma união no segundo turno?

Pedro Cunha Lima: Fico muito honrado pela confiança dos paraibanos em 2022. Mais de um milhão de pessoas acreditaram em nosso projeto. Desde o final da eleição de 2022, a nossa prioridade tem sido manter a unidade no campo da oposição para, em 2026, apresentarmos uma alternativa forte para o Estado. Não acho mais razoável que as condições atuais do governo sejam consideradas normais, como o uso excessivo de recursos do governo para proteger um palácio e a Granja Santana, enquanto os cidadãos e servidores públicos sofrem. A nossa prioridade é a unidade da oposição já no primeiro turno. Não vejo como impossível que haja mais de uma candidatura, mas o objetivo é manter a coesão no bloco oposicionista. Teremos tempo para discutir isso.

Hora H: O presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab, tem expectativas de crescimento da legenda. O PSD está traçando uma estratégia para 2026 e além. Já é possível avaliar qual será o tamanho do partido para as eleições de 2026?

Pedro Cunha Lima: Esse é um processo que vai acontecer naturalmente. Como mencionei, na próxima semana, vou a Brasília para conversar com o PSDB e definir os próximos passos. Em 2026, temos uma oposição forte e bem estruturada, com aliados como o União Brasil, o MDB, o Podemos e o próprio PSDB. A chave será a sintonia entre essas forças para oferecer à Paraíba uma alternativa real de mudança, após 16 anos de um único grupo no poder. Vamos trabalhar para fortalecer esse bloco para 2026 e garantir que a Paraíba siga em frente.

Hora H : Deputado, o senhor está se despedindo de um partido com o qual teve uma trajetória significativa, o PSDB, onde foi deputado federal por dois mandatos. Como se sente ao deixar uma legenda com a qual tem uma história, especialmente considerando o papel do PSDB durante a redemocratização e seu protagonismo na política nacional?

Pedro Cunha Lima: Tenho um imenso respeito pela história do PSDB. Para mim, o maior exemplo foi o senador Tasso Jereissat, uma figura que, apesar de toda a experiência acumulada, manteve uma rebeldia necessária à política. Minha relação com o PSDB é muito especial, uma relação de carinho. Porém, o momento agora pede que sigamos um novo caminho. Continuarei mantendo uma boa relação com o PSDB e reconhecendo sua importância na nossa trajetória.

Hora H : Além da sua filiação, o PSD nacional também anunciou a adesão do ex-senador Cássio Cunha Lima. Isso significa que ele voltará a disputar cargos em 2026? Já é possível definir quais cargos ele poderá disputar?

Pedro Cunha Lima: Ainda é cedo para dizer. O cenário político ainda é incerto e estamos em um momento inicial dessa construção. Nosso foco agora é trabalhar as ideias e os princípios que queremos defender. Os desdobramentos em relação a candidaturas acontecerão com o tempo, e nossa prioridade é garantir que a nossa construção política siga de forma sólida.

MaisPB

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