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Lula volta a falar dos preços dos alimentos: “povo não pode ser extorquido”

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a demonstrar preocupação com a alta dos alimentos e defendeu a necessidade de encontrar um equilíbrio nos preços para que o trabalhador consiga manter o poder de compra. Segundo, Lula, “o povo não pode ser extorquido” e deve deixar de comprar produtos quando estiverem com preço alto. Ainda sim, o presidente afirmou que a inflação no Brasil está ‘totalmente controlada’. 

Em janeiro, a prévia da inflação acelerou 0,11%, ficando em 4,71% – acima do teto da meta. O grupo de alimentos e bebidas subiu 1,06%, causando o maior impacto na cesta de inflação. Essa alta do preço dos alimentos tem preocupado o governo já que afeta diretamente a popularidade do presidente.  “É muito caro para mim quando percebo que o pessoal está podendo comprar menos hoje do que comprava ontem”, disse  Lula em entrevista à rádio Metrópole da Bahia, na manhã desta quinta-feira, 6.

O presidente disse que pretende buscar soluções junto aos setores produtivos e comerciais do país e negou medidas como congelamento ou controle de preços, que foi levantado nas últimas semanas pelo ministro da Casa Civil, Rui Costa.  “Eu não posso fazer congelamento [de preços], eu não posso colocar o fiscal para saber se tem alimento guardado ou não. O que nós precisamos é chamar os empresários, conversar com todo o setor e ver o que a gente pode fazer para garantir que a cesta básica do povo brasileiro caiba dentro do seu orçamento com uma certa flexibilidade”, disse.

“Eu quero ter esse encontro junto com os setores produtivos desse país, com os setores atacadistas desse país, com aqueles do comércio, para ver como é que a gente encontra um jeito de equilibrar o preço para que o trabalhador possa, ao ir ao supermercado, levar para casa mais alimento do que levava ontem”, afirmou.

O presidente apontou a alta do dólar como um dos como fatores que influenciaram essa inflação dos alimentos e criticou a antiga gestão do Banco Central.

Lula lembrou que os preços de alimentos são influenciados por fatores sazonais, como queimadas e chuvas, mas ressaltou que há uma necessidade de controle para evitar que o consumidor seja prejudicado. Ele citou o episódio da alta do arroz no ano passado, quando decidiu importar um milhão de toneladas para conter a elevação dos preços, embora a medida tenha se mostrado desnecessária posteriormente, com a estabilização do mercado.  “Eu tomei a decisão de importar um milhão de toneladas. Depois não foi necessário, porque os preços se acomodaram”. disse Lula.

Crescimento econômico e controle de preços

Lula destacou que a economia brasileira vive um dos seus melhores momentos, com crescimento acima das previsões iniciais. Segundo ele, o Brasil deve crescer entre 3,5% e 3,7% em 2024, superando as projeções iniciais de 1,7%. O presidente também ressaltou que a massa salarial aumentou e que o país registra um dos menores índices de desemprego da história.

“Em dois anos consecutivos, já demos aumento de salários acima da inflação. A massa salarial cresceu mais do que em qualquer outro momento da história”, disse Lula. De acordo com ele, mesmo com o dólar elevado, a inflação segue controlada. ” A inflação está totalmente controlada”, disse.

O presidente fez um apelo para que os preços de bens e serviços sejam compatíveis com o que a população ganha. Lula criticou aumentos abusivos em setores diversos, como serviços de encanadores e veterinários, e sugeriu que os consumidores usem seu poder de compra como estratégia de regulação de preços.

Presidente pede responsabilidade do mercado

Lula defendeu que os consumidores não comprem produtos que consideram estar com preço elevado, forçando uma redução nos valores cobrados. “Se todo mundo tivesse a consciência de não comprar aquilo que acha que está caro, quem está vendendo vai ter que baixar o preço porque senão vai estragar”, afirmou. Segundo ele,  essa é uma estratégia educativa que precisa ser incentivada no Brasil.

O presidente também cobrou mais responsabilidade dos setores produtivos, atacadistas e varejistas. “O povo não pode ser extorquido. Ninguém pode explorar ninguém. Se todos forem justos, estamos incentivando o produtor a produzir mais, e isso significa que vai ter mais produto e preços equilibrados”, disse, reforçando seguirá dialogando com o setor produtivo para buscar medidas que evitem a alta dos alimentos.

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