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PF avança nas investigações e gera apreensão entre aliados de Bolsonaro

Polícia Federal recolheu material com potencial de mais provas do envolvimento de novos nomes do bolsonarismo no planejamento de um golpe no país.

Além do tentente-coronel Mauro Cid, do ex-major Ailton de Barros e do coronel Élcio Franco, o material apreendido pela PF aponta para outros personagens que também discutiam como evitar a posse de Lula na Presidência da República.

Os documentos, mensagens e celulares foram recolhidos na operação contra a falsificação de cartões de vacinação contra a Covid-19. O ex-presidente da República Jair Bolsonaro, inclusive, deve depor à PF no inquérito nesta semana.

As evidências devem reforçar outras apurações, entre elas de disseminação de notícias falsas sobre o sistema eleitoral e o que analisa pagamentos de despesas pessoais da ex-primeira dama Michelle Bolsonaro por assessores da Presidência da República.

Possível inelegibilidade

Aliados de Bolsonaro avaliam que os dados que estão sendo divulgados vão acabar levando mesmo à inelegibilidade do ex-presidente da República, além de desgastar a imagem dele, e também podem comprometer Michelle Bolsonaro.

Isso deve levar a uma mudança de estratégia política pelo PL para as eleições municipais no ano que vem e a presidencial, em 2026.

A PF já havia obtido, em outra operação, dados indicando que assessores da Presidência da República pagavam despesas pessoais da ex-primeira dama. Ela nega irregularidades, mas os investigadores avaliam que pode se tratar de um caso de rachadinha, com uso de recursos públicos para pagamento de gastos de Michelle.

Agora, a operação que investiga a falsificação de cartões de vacinação contra a Covid acabou encontrando também conversas sobre o planejamento de um golpe para evitar a posse de Lula.

Além das já divulgadas, outras foram encontradas e vão comprometer mais ex-assessores de Bolsonaro. “Eles tinham uma sensação de impunidade, de que nada iria acontecer com eles, por isso falavam abertamente de um golpe”, reclama um aliado do ex-presidente no Congresso.

Essas informações vão acabar reforçando a posição de ministros do Tribunal Superior Eleitoral que analisam inquéritos contra Bolsonaro por abuso de poder político e que podem levar à sua inelegibilidade.

Por sinal, dentro do PL, isso já é dado como certo. O partido deve tentar usar a estratégia de transformar o ex-presidente em “vítima” e usá-lo como cabo eleitoral. “Mas tudo depende do que ainda será publicado e pode comprometer ainda mais o Bolsonaro”, alerta um aliado.

G1

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